Pedagogia activa em Tomar

Um palácio do século XVII, hoje conhecido por Casa dos Tectos. Funciona aqui a Escola Profissional.  Um edifício que merece ser visitado. A casa dos tectos tem tectos incríveis, azulejos que nos saltam à vista, lareiras imponentes, recantos e escadas merecedores da nossa apreciação. A escola que me desafiou e a acolheu para aprender mais sobre como conseguiriam colocar os seus alunos mais activos nas aulas, mais participativos e menos desresponsabilizados. Um grupo de professores interessados e  preocupados para um dia de formação ficando um sentimento mútuo de que voltaremos a encontrar-nos para um “round2”.  

DN – Ser positivo e um lanche para festejar ajudam na escola nova

Num início de aulas que se verifica por estes dias, a jornalista Joana Capucho, realizou um artigo para o Diário de Notícias onde compila um conjunto de sugestões de diversos especialistas. Numa recolha diversificada e interessante de opiniões em que tive o privilégio de participar, destaco a importância atribuída ao facto de se olhar para a escola não como um fardo, mas como uma “coisa boa”. o artigo: Pais devem promover a curiosidade das crianças que estão a mudar de ciclo e não dizer que agora a brincadeira vai acabar Depois de quatro anos com a mesma professora na Escola Básica Jorge Barradas, em Benfica, David prepara-se para entrar na Escola do 2º e 3º ciclos Pedro de Santarém. Muita coisa vai mudar: mais salas de aula, vários professores, disciplinas novas, um horário diferente. Mas até nem está muito nervoso. “É muito sociável e sabe que terá amigos por perto, porque a turma do 4º ano vai praticamente toda para a mesma escola”, conta ao DN a mãe, Raquel Mergulhão. David está a viver a transição para o 5º ano com entusiasmo. Já folheou os livros novos e tem participado ativamente na compra do material. Mais nervosa está a mãe. “Tenho alguns receios. Assusta-me saber que ele vai para uma escola que agrega tantos anos”, explica. Antevendo uma “mudança muito grande”, Raquel Mergulhão garante que estará muita atenta a qualquer alteração de comportamento que possa surgir. Por esta altura, muitas crianças e adolescentes preparam-se para mudar de ciclo de ensino, uma transição que nem sempre é pacífica. Levar a criança a conhecer a nova escola, criar expectativas positivas e não transmitir ansiedade são algumas das dicas dadas ao DN por especialistas para que o novo ano letivo arranque com tranquilidade. “No caso das crianças que vão entrar para o 1º ciclo, importa que os pais as tranquilizem e até festejem esse dia. Afinal de contas é um passo importante na vida de qualquer criança”, destaca Teresa Paula Marques, diretora clínica da Academia de Psicologia da Criança e da Família, sugerindo, por exemplo, um lanche em família ou uma ida ao cinema. Esqueça frases como “agora acabou-se a brincadeira”. “Esta ideia vai fazer com que a criança encare a escola como um castigo. Até porque não é verdade. Brincadeira haverá sempre, mas para além disso vão aprender coisas novas o que é igualmente divertido”, explica a psicóloga da área infantil. Para minimizar a ansiedade no primeiro dia de aulas, “é importante que a criança conheça previamente a escola, a professora e algumas auxiliares”. De manhã, evite “despedidas demoradas (muitas vezes dramáticas).” Mostrar à criança a escola que os pais frequentaram pode ajudar a tranquilizá-la. “É bom que os pais partilhem as suas experiências, contem como foi o seu primeiro dia de aulas”, propõe a psicóloga e investigadora Ana Gomes. E nada de mostrar nervos. “Não devem transmitir ansiedade e angústia. Devem mostrar-se tranquilos e passar a ideia que tudo vai correr bem”, aconselha. Incentivar a curiosidade A entrada para o primeiro ciclo deve ser um “momento solene”, defende Mário Cordeiro. “Um momento de ‘corte com algo para iniciar outra coisa’, que seja acompanhado de um ritual de passagem (jantar fora no primeiro dia de aula, ter uma semanada todos os domingos) mas tem de se desfazer a ideia de que, nos primeiros dias de aulas, a criança vai logo aprender a contar, escrever e a ler”, diz o pediatra. O processo de aprendizagem, explica, “é uma aprendizagem social, de cidadania, de regras, de ‘saber estar’, de solidariedade e uma continuação do espírito de brincadeira”. Diz Mário Cordeiro que é essencial que “a criança aprenda a ser organizada e metódica, para ter mais tempo e fazer mais coisas (ao longo da vida)”. A postura dos encarregados de educação irá influenciar bastante a forma como a criança encara a transição do pré-escolar para o primeiro ciclo. “Constitui o fio condutor do comportamento mantido pela criança ao longo desta transição”, diz Renato Paiva, pedagogo e diretor da Clínica de Educação. Por isso, “é crucial que os pais mantenham uma atitude positiva perante esta fase e promovam o sentimento de curiosidade para novas aprendizagens, evitando colocar muita pressão nada criança”. Além disso, propõe o pedagogo, “é essencial encarar a escola como mais uma atividade a incluir nas rotinas, descrito como um ambiente prazeroso e não como um peso ou unicamente responsabilidade de ter bons resultados”. Apresentar de “forma lúdica o novo mundo à criança” pode facilitar o processo. Os mais novos são “vítimas fáceis” No ano passado, chegaram ao consultório da psicóloga Ana Gomes, docente e investigadora na Universidade Autónoma de Lisboa, vários casos problemáticos relacionados com a transição do 4º para o 5º ano. “A criança já vai com alguma ansiedade e há pequenos detalhes, nos quais os pais nem pensam, que podem ser altamente problemáticos”, alerta. Fala-nos, por exemplo, de casos em que tomar banho no balneário da escola “se tornou monstruoso”, devido a atitudes e comentários de colegas. “Ao ponto de as crianças se recusarem a ir à escola”, frisa. Esta mudança de ciclo, diz Ana Gomes, “exige que os pais estejam muito atentos e percebam que o bullying não é só bater. Os mais pequenos são vítimas fáceis”. A passagem para o 5º ano coincide com o momento em que muitas crianças recebem telemóveis. “Por vezes ficam com medos exacerbados por causa de jogos e filmes de terror que os outros lhes mostram. Só de espreitar desenvolvem medos que os fazem deixar de querer dormir sozinhos”, conta. Conhecer crianças que já tenham passado pela transição para o 5º ano pode ser uma boa estratégia para eliminar fantasmas. Ana Gomes sugere, ainda, que os pais criem elos de ligação com os colegas e os pais e que estejam atentos, pois a criança pode não verbalizar, mas manifestar que algo não está bem através da linguagem corporal: dores nas costas e nas pernas, vómitos, náuseas. Nesta fase, o pediatra Mário Cordeiro considera que os pais devem “respeitar a pré-adolescência e a vontade