Pra diminuir violência, escola demite seguranças e contrata professores de arte

O que fazer para controlar um crescente aumento da violência dentro das salas de aula – contratar seguranças? Explusar alunos? Solicitar apoio da polícia? O diretor de uma escola pública de Boston, nos Estados Unidos, resolveu tomar uma decisão que para muitos pareceu loucura.   A escola Orchard Gardens foi considerada uma das cinco piores do estado de Massachusetts. Tinham mesmo chegado a proibir que os alunos levassem mochilas por medo destes trazerem armas escondidas. Eis que, em 2010, a escola entrou para o programa Turnaround Schools, uma iniciativa do Governo Federal para recuperar instituições em dificuldade. O diretor Andrew Bott foi contratado e uma das suas primeiras politicas foi muito corajosa: demitiu grande parte dos funcionários de segurança e, com o dinheiro, reinvestiu na contratação de professores de arte.   As paredes dos corredores converteram-se em muros de exposição, os entulhos que se acumularam durante anos no estúdio deram espaço a aulas de dança e a orquestra voltou a tocar. De acordo com Bott, o contacto com as artes deixou os alunos mais motivados e com maior espírito empreendedor. Grande mudança para uma escola que antes era conhecida como a “matadora de carreiras” em Massachusetts.    Andrew Bott, usou ainda a verba para fazer com que os alunos pudessem ficar mais tempo na escola – em vez de saírem as 14h30, passaram a poder ficar das 7h30 às 17h30. Além das matérias obrigatórias, os cerca de 800 estudantes passaram a ter aulas de teatro, música, dança e artes plásticas.     O resultado foi rápido – depois de um período de 2 anos, a escola saiu do ranking das piores instituições de ensino público do estado para se colocar entre as melhores. A violência diminuiu drasticamente e o sucesso da nova gestão trouxe o reconhecimento para a Orchard Gardens. Um grupo de crianças  apresentou-se inclusive para o presidente Obama, na Casa Branca. O vídeo abaixo conta a história desta incrível reviravolta  

Há quem arranje desculpas, e há quem arranje maneiras.

Enquanto enfrentamos o trânsito para nos locomover, crianças de várias partes do mundo arriscam as suas vidas todos os dias para irem às escolas. No extremo do perigo e com longas distâncias percorridas, as imagens seguintes mostram a necessidade associada à vontade de alunos e professores de quererem uma educação menos precária. Todos os dias estes alunos andam por caminhos precários junto a encostas traiçoeiras com a dificuldade de passarem por lugares perto de penhascos que não ultrapassam meio metro de largura. Em filas indianas, o caminho é longo podendo chegar a 2 horas.     Em Sumatra, na Indonésia, há dois anos havia uma ponte segura, mas desde que a estrutura desabou, as pessoas são forçadas a atravessarem na corda bamba que fica a  cerca de 10 metros de altura do rio com fortes correntes. E com as chuvas e tempestades, várias outras pontes foram também danificadas.     Em Sanghiang, outra aldeia da Indonésia, o mesmo se repete: uma ponte destruída e 30 minutos de travessia arriscada.       Continuando na Indonésia, outro grupo de crianças optou fazer a travessia por aquedutos como um atalho. Mesmo que não tenha sido feito para caminhar, elas preferiram mudar o trajecto do que percorrer 6 quilómetros para ir à escola e outros 6 para voltar.       Em Filipino, alunos usam uma câmara de ar de um pneu para atravessar um rio e chegarem a uma escola remota, na província de Rizal – leste da capital Manila. Os alunos têm que caminhar por cerca de uma hora e quando chove muito são obrigados a passar a noite na casa de parentes e amigos.         Estudantes vietnamitas têm que mergulhar no rio para chegar às salas de aula de Trong Hoa – município de Minh Hoa. Para manterem as suas roupas e livros secos, os alunos colocam seus pertences dentro de sacos de plástico. O rio tem cerca de 15 metros de largura e uns 20 de profundidade.   No Nepal, as tirolesas são improvisadas com tábuas, cordas e polias. Sem cintos de segurança, esta travessia já causou inúmeros acidentes durante décadas.   Na Colômbia, crianças que vivem nas florestas também utilizam a tirolesa. Única opção para o percurso. Os cabos de aço tem 800 metros de comprimento e estão a 400 metros acima do Rio Negro. Com uma velocidade de 50 quilómetros por hora, o fotógrafo Christoph Otto captou a imagem de Daisy Mora e seu irmão de 5 anos – que é carregado dentro de um saco para fazer a travessia.   Voltando à China, na região de Xinjiang, cerca de 80 crianças embarcam em uma jornada perigosíssima  passando, por rios congelados e pontes altíssimas. Como a viagem dura cerca de dois dias, as crianças acabam por se alojar depois perto da escola.         E, finalmente, uma imagem impressionante captada pelo fotógrafo Reuter Ammar, em 2010. Durante confronto entre israelenses e palestinos, uma pequena aluna caminha para a sua escola com a violência ao redor.   Estas perspectivas fazem-nos pensar e refletir nas situações em que as nossas crianças se lamentam de terem que ir para a escola. Nas situações apresentadas acima, não é só uma livre vontade de estudar, mas sim, uma necessidade de conhecimento, troca, convivência e aprendizagem. Uma ânsia sem limites de aprender a escola da vida.  Há quem arranje desculpas, e há quem arranje maneiras.