Inquieto com esta notícia:
“O bullying académico e sexista é prevalente nas escolas e impede muitas raparigas de usarem todo o seu potencial, já que temem ser classificadas como “sabichonas”. Especialistas da Associação Britânica de Docentes e Tutores explicam que as adolescentes “muitas vezes ficam caladas e não participam nas aulas de disciplinas mais difíceis, pois são levadas a achar que mostrar capacidades intelectuais não é atrativo”.
Mary Bousted, secretária-geral daquela associação garante que “nos dias de hoje, por mais incrível que pareça, ainda é difícil para as raparigas mostrarem-se em simultâneo inteligentes e femininas e as que demonstram ambição académica são frequentemente insultadas”. A mesma especialista advertiu que este tipo de bullying – que se tornou “mais grave com o advento das redes sociais” – é “alimentado por preconceitos disseminados na sociedade, segundo os quais as mulheres inteligentes ainda são estereotipadas como menos atraentes”.
O resultado, acrescentou, “é visível nos números minoritários de alunas que escolhem ciências exatas e outros campos científicos nas universidades e no acesso mais dificultado a carreiras profissionais potencialmente muito lucrativas”.
Ao contrário do bullying físico e online, este tipo de bullying “é algo de que as pessoas não falam. Para as raparigas, mostrarem-se interessadas e responderem às perguntas significa que não são atraentes e existe quase uma ‘conspiração de silêncio’ entre elas, já o que é valorizado são as caraterísticas físicas e, mais insidiosamente, a capacidade de se calarem e deixarem os rapazes brilhar”. Mary Bousted reconhece que o fenómeno não é exclusivo das escolas, “mas estas têm uma responsabilidade acrescida de promoverem a igualdade, garantindo que todos os alunos têm a confiança necessária para falarem quando querem e do que querem”.”