A convite do CIV – Colégio Internacional de Vilamoura estive em dois momentos a abordar as competências de estudo com pais e alunos.
Com os estudantes presentes as estratégias de estudo, e de organização, de motivação e envolvimento perante uma tarefa que normalmente não é aprazível.
Com os pais a temática recaiu sobre como podem ajudar de forma mais eficiente os filhos nos estudos.
A sala repleta de alunos interessados e muito atentos, assim como os pais que encheram a sala participaram bastante para tornar a partilha mais interessante e enriquecedora.
Deixo o testemunho que o Colégio Internacional de Vilamoura colocou na sua página do Facebook
Renato Paiva diz que o segredo está em estudar bem
“Não é preciso estudar muito, é preciso estudar bem”, diz Renato Paiva diante de uma plateia repleta de alunos. Seguramente “todos podem aprender”. Infelizmente, afiança, “não há uma equação matemática, uma fórmula mágica para chegar aos bons resultados. O que funciona para cada um difere, tem critérios diversos.”
Por isso, é preciso “Estudar menos, aprender mais: estratégias de estudo eficiente”. E, como tal, fundamental criar objetivos, ter uma atenção focada nas aulas e conseguir ser mais forte que as próprias desculpas. “Estudar é muito mais do que ‘reler a matéria’, ‘fazer resumos’, ‘exercícios’, ‘barras mentais’, ‘ler esquemas’.” Estudar pode ser pesquisar, aprender a conectar, a associar, a olhar… ver onde estão as dúvidas e esclarecê-las com o professor, com um colega. “Estudar é também organizar. E, tal como as dietas, deve ser pouco de cada vez, várias vezes”, uma vez que “a estratégia de memorização é altamente falível”, diz. Renato Paiva recorda que “Esquecemos cerca de 40% do que lemos em cerca de oito horas se não existir esforço e revisões sucessivas”.
O coacher pedagógico de alto rendimento escolar aponta como fundamental uma preparação com antecipação, por forma a evitar a ansiedade, aspeto altamente condicionador do bom resultado. O estudo deve trazer segurança e é altamente desaconselhável estudar no dia anterior ou prévio a este, refere. A par, acrescenta, o aluno deve aprender um conjunto de técnicas que o ajudem a controlar a ansiedade, tornando-se “emocionalmente competente”.
Como algo progressivo, o aluno deve dividir o seu trabalho em estudo de acompanhamento e estudo de reforço para os testes. “E pensar: para além do resultado escolar, o que é que eu quero? Qual é a atitude que quero em mim?”
O treino mental, a alimentação, os bons hábitos de sono são fundamentais, aconselha o autor de “SOS Tenho de Passar de Ano” (Esfera dos Livros, 2007), apologista das estratégias ativas de estudo (“retemos muito mais quando fazemos, dizemos… Aprendo melhor o que consigo ensinar.”)
Na sessão dirigida aos encarregados de educação: “Saber como ajudar os filhos nos estudos”, Renato Paiva recordou que “todos temos perfis de aprendizagem diferentes” e que “a compreensão deste aspeto permite otimizar resultados”. No papel de tutores, os pais devem incutir no seu educando o hábito da responsabilização com a escola e regrar aspetos como a gestão do tempo e o uso do telemóvel. É preciso, segundo o consultor pedagógico, não esquecer que “o estudo é um trabalho de consolidação para as coisas que o aluno não domina”.
E apela: “Pais, muito mais importante do que olhar para os resultados, é olhar para os processos de estudo. Orientar, de forma estruturante e objetiva as estratégias” poderá ser o melhor caminho para chegar aos bons resultados. Afinal, “A melhor maneira de ajudar uma pessoa é ensiná-la a pensar.”
Renato Paiva é diretor da Clínica da Educação e da Academia de Alto Rendimento Escolar WOWSTUDY, speaker habitual em congressos nas áreas da educação e da parentalidade, áreas nas quais colabora regularmente com a imprensa. É autor de cinco obras nas áreas da pedagogia do ensino.