Os alunos que praticam desporto de alta competição têm uma dupla jornada de trabalho: muitas horas de aulas
e muitas horas de treino!
Quando ouvimos “trabalhadores estudantes”, a associação é imediata aos alunos da faculdade que trabalham. Mas não é a esses que aqui me refiro, mas sim aos que praticam desporto de alta competição e que também se devem considerar “trabalhadores estudantes”. Estes alunos têm um dia a dia particularmente difícil, uma vida como que com dupla jornada de trabalho, muitas horas de aulas e muitas horas de treino. Não há muito tempo para estudar! O estudo tem de ser bem organizado e eficiente para bem conciliar a escola com o desporto.
Estou inteiramente de acordo com o secretário de Estado da Educação João Costa quando refere que “estes jovens são coordenados, empenhados, querem superar-se, trabalham em equipa, sincronizam o seu ritmo com o dos colegas, coordenam o seu tempo com o tempo de estudo. São, afinal, as competências do século XXI. Dizer que o desporto não é estruturante e que só duas disciplinas é que são, era matar estas competências do século XXI”.
As competências de perfil pessoal e académico também em muito se valorizam no desporto. Para além de que, no desporto, as crianças estão porque querem, porque gostam, a aprender e aperfeiçoar algo que lhes dá prazer. Algo que nem sempre acontece na escola.
O caminho é e será trabalhoso e difícil mas não desistam porque é realmente possível conciliar as duas coisas. Conheço vários casos de jovens que deixaram de fazer desporto por causa dos estudos, e não há um que não se tenha arrependido. É um percurso habitualmente longo e difícil, mas com esforço tudo é possível. Jamais devemos abdicar do nosso sonho: temos o direito a sonhar, e para o concretizar temos de lutar e fazer sacrifícios. Mas ao conseguirmos conciliar a vertente desportiva com a académica, tudo acaba por ter muito mais sentido.