Pais, se tremem à primeira birra no Natal, “algo está mal”

Jornal Público 20 de Dezembro de 2018, com participações de Renato Paiva, Eduardo Sá, Mário Cordeiro e Susana Albuquerque   Como dizer não no Natal? Faz sentido dar tudo o que as crianças pedem? Há estudos que dizem que “o grau de satisfação e de felicidade da criança começa a baixar a partir do terceiro presente que recebe” O Natal está a chegar e muitas crianças têm uma lista sem fim para pedir ao Menino Jesus ou ao Pai Natal. Como dizer-lhes “não” sem que façam uma birra? Ou será melhor dar-lhes tudo para que não sofram uma desilusão? Mesmo no Natal, “os pais que dizem ‘sim’ a tudo, não estão a ser pais. Não estão a educar, mas a estragar”, alerta o psicólogo Eduardo Sá. “Se tremem à primeira birra dos filhos, algo está mal”, realça. É preciso uma “firmeza serena” para dizer não. Há que ser “assertivo”, sublinha também o pedagogo Renato Paiva. As crianças e os jovens têm de perceber que não podem ter tudo, que têm de fazer por merecer o que recebem e aprender a seleccionar. “A vida adulta é feita de escolhas”, sustenta o autor de livros como Queridos Pais, Odeio-vos. “Eles só puxam a corda se sentirem que os pais são todos tremeliques”, aponta Eduardo Sá. Na realidade, é uma questão de quase “tentativa e erro”, continua. “As crianças atiram o barro à parede a ver se cola”, para ver até onde conseguem ir. Mas, salvaguarda o autor do Livro de Reclamações das Crianças, “estão bem atentas ao que os pais podem ou não comprar”. É, de todo, uma “ideia errada pensar que são pequenos tiranos”, diz. “São, sim, negociadores.” Por isso, faz parte da função dos pais saberem dar-lhes a volta quando começam com birras. E, se for preciso, zangarem-se e fazerem cara feia, aconselha. Os limites fazem parte da educação, mesmo no Natal. “Eles podem ser os príncipes e princesas lá de casa, mas quem manda são os reis e as rainhas. Importa deixar isso bem vincado”, defende Renato Paiva. “Se a criança ficar desiludida, paciência. A frustração faz parte da vida”, afirma, por seu lado, o pediatra Mário Cordeiro. Até porque, corrobora Renato Paiva, “aprender a frustrar nesta fase mais precoce da vida fará com que saibam lidar com adversidades e frustrações futuras de forma mais madura, equilibrada e com menor sofrimento”. Se a criança fizer uma birra, aconselha Mário Cordeiro, “há que mostrar que está desenquadrada do espírito de Natal, que é um espírito de humildade, solidariedade, afecto e alegria pela dádiva, e não um momento narcisista de ‘quero tudo, já’”. Na realidade, não se pode ter tudo. Ponto final. “Se a criança está a fazer birra porque não recebeu o brinquedo x, vamos propor que experimente o jogo y. Não nos devemos justificar muito com os presentes”, aconselha Renato Paiva. Listas, sim ou não? Para Eduardo Sá, “é óptimo que as crianças façam uma lista de Natal, porque é uma maneira de não arriscarem a ter as prendas que os pais gostariam de ter tido quando eram da idade deles”. Já Mário Cordeiro é “contra as listas de exigências e a escravidão de quem oferece — quem dá tem de ter o mesmo júbilo de quem recebe, e quem escolhe tem de pensar no outro e ‘estar presente’ — daí o nome ‘presente’”. “‘Prendas’ é quando se dá um prémio por algo que se fez de talentoso, ou quando [a criança] se transcendeu na escola, no que for. O presente é… estar presente na vida dos outros através desse objecto — é o que acontece no Natal”, distingue o pediatra e autor de Educar Com Amor. Se os pais optarem por deixar fazer a “carta ao Pai Natal”, devem explicar que esta “não é uma lista de compras, mas de sugestões”, aconselha Renato Paiva. É importante “deixar bem claro que não serão todos e até pode acontecer não ser nenhum. É uma lista de possibilidades!” O melhor é não dar mais de três presentes, recomenda, por seu lado, Susana Albuquerque, coordenadora de educação financeira da Associação de Instituições de Crédito Especializado, sustentando-se em estudos franceses e norte-americanos. “O grau de satisfação e de felicidade da criança começa a baixar a partir do terceiro presente que recebe”, garante. “Depois, é muito importante dizer ‘não’, porque os filhos não podem ter tudo o que pedem. E estamos a ajudá-los a desenvolverem competências para saberem poupar e como gerir o orçamento”, continua. “A educação financeira faz-se desde sempre. Não necessitam de saber quanto dinheiro [os pais] têm ou podem gastar, mas podem ter uma ideia para melhor perceber as opções”, acrescenta Renato Paiva. Deve explicar-se que se o gastamos hoje não teremos amanhã. Susana Albuquerque aconselha a envolver as crianças no orçamento de Natal. Assim, tomam “consciência” do valor das coisas, do investimento que os pais fazem. “Um dos problemas em relação à gestão do dinheiro resulta de não se falar abertamente sobre o dinheiro na família e é preciso que as crianças conheçam as possibilidades financeiras dos pais.” Eles devem perceber que deve haver uma “boa saúde financeira”, que se deve poupar e ter uma reserva para imprevistos. E deve-se ainda “ensiná-los a ‘esperar para ter’”. Pode não ser hoje nem amanhã, é quando houver dinheiro, ou no dia do aniversário, por exemplo. “O esperar para ter aumenta a satisfação”, realça. Certo é que as campanhas publicitárias, os descontos e as facilidades de pagamento são como sereias que cativam os pais a comprar por impulso. Se o fazem, com que cara dizem ‘não’ aos mais pequenos? “Se as crianças presenciam ou percebem que se comprou algo por impulso, na próxima visita ao centro comercial vão querer comprar algo de que nem se tinham lembrado”, refere Renato Paiva. Por isso, lembra: “Educamos mais pelo que fazemos do que pelo que dizemos”. “O exemplo é sempre mais significativo.”   Ler original no Jornal Público aqui 

Mais um motivo para gostar do IKEA

Gosto do Ikea por diferentes motivos. Vou lá muitas vezes. Tomar pequeno almoço, almoçar, buscar inspiração e ideias, vou lá trabalhar e escrever. Gosto da forma simples das coisas, da possibilidade de me sentir útil na escolha, nas combinações, aproveitar promoções, ter um sentimento de presença por montar os meus móveis. Tenho muitos de lá, assim como a minha empresa. Tenho catálogos com a minha família na capa! Faço parte da familia Ikea! Tenho o cartão que me oferece regalias como um café que me habituei a beber sem açucar ou a possibilidade de me cruzar com o Sr Paulo que me recebe sempre com um sorriso e me pergunta como vai o meu dia. Dia após dia. E depois tem esta capacidade de nos colocar a pensar. Porque não tem mobílias estanques, e as combinações são possíveis de se fazer com imensa facilidade, coloca-nos a raciocinar, a associar, a definir melhor critérios. Não apenas os critérios de design ou de decoração. São também critérios de vida. O estilo que temos, com os objectos mas também com as pessoas. Neste anuncio de natal do Ikea temos uma reflexão interessante que somos obrigados a fazer. É por isso que sou fã. Uma loja de móveis e decoração que me faz pensar na vida de uma outra maneira. [youtube https://www.youtube.com/watch?v=grTQHDlcI2w&w=560&h=315]

Encontramo-nos no ICCA – International Conference on Childhood and Adolecence

O Porto acolhe o 3º Congresso Internacional da Criança e do Adolescente e 6ª reunião anual da Secção de Pediatria Social da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPS-SPP). Tenho o privilégio de estar entre os Speakers convidados nas sessões plenárias a acompanhar colegas que muito admiro. Terei o José Pacheco, o Carlos Neto e o Laborinho Lúcio entre tantos outros oradores que fazem deste encontro um enriquecedor momento de partilha e aprendizagem. Terei duas participações distintas no encontro, ambas no dia 24 de Janeiro. De manhã pelas 12h uma  Palestra sobre: Autonomia Vs dependência: um problema de pais, de filhos ou da sociedade? Pela tarde às 14:45 a participação numa mesa redonda sobre “A criança nos novos modelos de família” conjuntamente com Mónica Oliva (Pediatria) e Filipa Domingos (Terapia Familiar). Vai ser bom, inscrevam-se! Informações e inscrições em https://icca.eventqualia.net/pt/inicio/

No encontro nacional de formadores

O encontro que juntou formadores, professores e educadores de todo o país a aprender mais sobre o jogo e o brincar na aprendizagem. Um encontro repleto de partilha, de bons momentos de reflexão e também de diversão. Porque quando se gosta se pede mais, era só mais um!  

Na markteer kids sobre o início do ano lectivo

A pedido da revista Markteer Kids saiu na edição passada um artigo sobre o regresso às aulas e o primeiro dia de escola. Parece que já foi num tempo longínquo mas a leitura revela que ainda se encontra bastante atual, mesmo em Novembro

Indisciplina – Porque me comporto assim – Ourique

Estive em Ourique recentemente a colaborar na realização do Ciclo Temático de Estratégias Parentais para a promoção do Sucesso Escolar. A par da inauguração da exposição de bons exemplos e modelos do retrato do sucesso escolar com pais e alunos do concelho, coube-me abrir o ciclo de convidados a trabalhar uma determinada temática. A indisciplina e o comportamento infantil foi o desafio que a autarquia me colocou para a sessão de trabalho. Com público participativo e interessado foi muito bom perceber a abordagem parental local e fazer com que se reflita o que se considera “bom ou mau” comportamento. Porque não se nasce a ser pai e mãe, importa saber que há muitas razões desenvolvimentais, sociais, familiares e pessoais que condicionam o comportamento das crianças e adolescentes, para que pais entendam melhor os seus filhos.

Pôr os alunos a avaliar os encarregados de educação. Pertinente ou perigoso?

A jornalista  Joana Capucho contactou-me para um artigo sobre a possibilidade levantada por um blog de educação de poder dar a possibilidade aos alunos de avaliarem os seus pais. Transcrevo aqui a notícia que entretanto saiu.   Um professor, um pediatra, uma psicóloga, um pedagogo e um representante dos pais respondem. Há quem veja a ideia com bons olhos, também há quem diga que é disparatada. Quem lança a discussão é Alexandre Henriques, numa publicação feita no blog Com Regras: “E se os alunos avaliassem os encarregados de educação?” Na opinião do professor de Educação Física, os “desvios comportamentais e de desempenho escolar” das crianças “são, na maior parte das vezes, uma mera manifestação do fracasso/ausência familiar”. Por isso, explica ao DN, “em algumas situações podia ser feito um questionário na escola com algumas questões dirigidas ao acompanhamento dos pais ao estudo”. Da utilização da ferramenta, sugere, resultaria uma conversa com encarregados de educação, “feita de uma forma pedagógica e não para apontar dedos”. Na publicação, que dividiu opiniões, Alexandre Henriques refere que as crianças são capazes “de exprimir o seu grau de (in)satisfação para com os progenitores” e dá um exemplo de um questionário brasileiro que permite “tirar boas ideias”. Entre outras, há questões sobre a frequência com que os pais brincam com as crianças, se param para conversar, se vão passear, se ensinam o que é certo e errado. “Há pais que não compreendem o que os professores dizem. Se viesse das crianças, talvez percebessem que têm de estar mais presentes. Claro que não seria uma coisa transversal. Se o professor achar que há abstinência familiar, porque não usar um mecanismo para comparar os resultados escolares com o desempenho dos pais?”, explica ao DN o coordenador do Agrupamento de Escolas n.º 3 de Elvas. Será que os alunos devem avaliar o desempenho dos encarregados de educação? Que benefícios existem na utilização dessa ferramenta? E riscos? Para responder às questões, o DN falou com o pediatra Mário Cordeiro, a psicóloga Ana Gomes, o pedagogo Renato Paiva e o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascenção. “Era o que mais faltava” “Acho disparate, da forma como é apresentado. O sistema pais-filhos não é uma democracia no sentido de ter de se avaliar o governo, ainda por cima através da escola. A escola que fique onde está, que se iniba de meter ainda mais na vida das pessoas e apenas o faça (o que, infelizmente, falha muito) quando se torna necessário, em situações especiais. Os filhos avaliam os pais e vice-versa através do amor, dos afetos e da sua relação. Era o que mais faltava a escola meter o nariz nas relações interpessoais. E quem? O diretor? O professor? O psicólogo da escola?”, diz Mário Cordeiro. Na opinião do pediatra, “a escola pode dialogar com os pais, se sentir que algo pode ser melhorado ou, no limite, que se passam coisas estranhas ou graves, mas nunca através de ‘momentos avaliativos’ aos alunos sobre os seus próprios pais”. Para Mário Cordeiro, esse seria “um momento surrealista”. Pediatra Mário Cordeiro considera que a avaliação poderia contaminar a relação entre pais e filhos. © Sara Matos/Global Imagens Ana Gomes, psicóloga clínica e docente da Universidade Autónoma de Lisboa, tem uma opinião diferente: “Sinceramente, até achei interessante. Como mãe [de quatro rapazes de 10, 9, 6 e 3 anos], tentei refletir sobre isso. Se calhar era uma forma de percebermos algumas coisas que não imaginamos. É pertinente. Vivemos numa cultura e sociedade em que mal temos tempo para os nossos filhos. Se houvesse esse feedback, talvez repensássemos as nossas opções, escolhas, comportamentos. Muitas vezes, fantasiamos que estamos a corresponder às necessidades deles, mas até nem estamos.” Na prática clínica, prossegue a psicóloga, depara-se com muitas situações nas quais “os pais dizem que dão tudo aos filhos e que não percebem porque surge um determinado comportamento, mas é porque têm uma visão reducionista do materialismo”. Se soubessem “o que falha, do que os filhos sentem falta, se calhar mudavam alguma coisa”. Enquanto mãe, Ana Gomes assume que ficou “com vontade de experimentar” fazer algo semelhante com os filhos. “O que será que diziam sobre mim? Posso ter a ideia que correspondo, mas isso não ser verdade.” Considera, no entanto, que “a escola é um ambiente sensível para essa avaliação”, que podia deixar os pais “muito comprometidos”. Portanto, afirma que seria necessário “pensar como se deve usar isto da melhor maneira em termos éticos”. Existirá maturidade para isso? Para o pedagogo Renato Paiva, poderá ser “perigoso” permitir que as crianças avaliem os encarregados de educação. “Considero que a maturidade das crianças para fazerem este exercício não seja a mais favorável. Aos olhos dos filhos, os nossos pais são sempre os melhores do mundo. Mas também achamos, muitas vezes, sobretudo quando somos contrariados, que os odiamos e são uns péssimos pais. A gestão emocional para avaliar é algo importante a ter em conta e não me parece que as crianças tenham essa capacidade”, diz ao DN o diretor da Clínica da Educação. A realizar-se uma aferição informal, indica, “o importante era fomentar a comunicação através de críticas construtivas, feedbacks positivos e de reforço”. O pedagogo Renato Paiva defende que as crianças não têm maturidade para avaliar os encarregados de educação. © Paulo Spranger/Global Imagens O autor da publicação, Alexandre Henriques, defende que, se os pais perceberem onde estão a falhar, será mais fácil mudarem comportamentos. No entanto, frisa Renato Paiva, “os próprios pais certamente sabem que há alguns pontos em que poderiam melhorar, mas nem sempre é simples. De uma forma genérica, os pais consideram ter pouco tempo para os filhos. Eles sabem disso, mas não é fácil fazer o tempo esticar quando a sobrecarga horária, emocional e física os deixam mais indisponíveis”. Por isso, considera que “fomentar a comunicação entre as duas partes será a base para que se possa melhorar, sejam os pais ou os filhos”, já que “a mudança de comportamento não pode existir se ambos estiverem ‘cegos’ à perspetiva do outro”. Já

1as Jornadas do AE Portela e Moscavide

A convite do Agrupamento de escolas da Portela e Moscavide tive o privilégio de fazer uma pequena comunicação que serviu de abertura de trabalhos e partilha. Numa breve apresentação “pontapé de saída” para estas jornadas, abordei a questão do perfil do professor para trabalhar o prefil do aluno; Inspiramos pelo que sabemos, inspiramos pelo que somos. E podemos ser mais conhecedores e mais inspiradores. O prefil do aluno também espelha, em muito, o perfil do professor.

Pais, as aulas estão à porta, nada de stress! – Publico

Com todo o gosto que colaborei com a Jornalista Susana Pinheiro do Público neste artigo de regresso às aulas. Para este artigo colaborou igualmente João Lopes professor da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, em muito estamos de acordo e em sintonia.   Pais, as aulas estão à porta, nada de stress! As borboletas na barriga fazem parte de cada mudança, o PÚBLICO foi ouvir os conselhos de alguns especialistas para tornar o regresso às aulas um momento natural.   Com todo o corrupio em torno do início do ano lectivo é caso para dizer “calma e seja feliz”, uma quase tradução do inglês “don’t worry, be happy”. Para que tudo corra bem é necessário não deixar o arranque do ano lectivo para a última da hora e dar algumas responsabilidades aos mais pequenos, aconselham os especialistas ouvidos pelo PÚBLICO. Por exemplo, os filhos podem organizar o material e livros. Depois, cabe aos pais transmitir-lhes alguma tranquilidade e, muito importante, deixá-los ser crianças e brincar. 1. Como ter tudo preparado para o início de aulas? Primeiro, faça uma lista do que é preciso. No topo costumam estar os manuais escolares que, pela primeira vez este ano, são gratuitos, a nível nacional, do 1.º  ao 6.º ano. Depois há que comprar o restante material escolar que, por norma, consta de uma lista dada pela escola. No entanto, ter tudo a postos não se cinge ao material ou à secretária arrumada. “Dificilmente se terá a certeza de ter tudo preparado, mas, no essencial, importa vincar que mais importante do que o material, importa ir preparando um conjunto de questões paralelas”, diz o pedagogo Renato Paiva. Como por exemplo? “Desde regular rotinas de sono até à preparação e reflexão sobre que condutas pretendemos, que preocupações teremos em consideração, que apoios possam ser necessários…”, acrescenta o autor de livros como Ensina o Teu Filho a Estudar e O Segredo para Alcançar Sucesso na Escola. Se, depois, algo importante escapar, também não é o fim do mundo, salvaguarda. Para João Lopes, professor da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, “não é necessária qualquer preparação especial. Bastará ter os materiais necessários e comparecer no início das aulas”. Tão simples quanto isto. No entanto, ambos aconselham os pais a mostrarem-se tranquilos e confiantes para que os filhos também o estejam. “E se sintam entusiasmados com o regresso às aulas”, acrescenta Renato Paiva. 2. Como transmitir confiança aos filhos, sobretudo quando mudam de escola? “Em primeiro lugar, não se percebe por que é que voltar às aulas há-de provocar stress, mudando-se ou não de escola”, começa por dizer João Lopes. Mas se uma criança sentir ansiedade, “terá simplesmente que aguentar. Isso não lhe provocará qualquer dano”, assegura. “Diria mais: a maioria das crianças está é ansiosa por rever os colegas”, acrescenta. Viver em constante stress é uma bola de neve. “Uma sociedade, que vive demasiado preocupada com o stress, é certamente uma sociedade stressada pelas suas preocupações e não pelas situações em si”, alerta. Para quê entrar em quase “pânico em situações absolutamente vulgares, como é o caso do regresso às aulas”? Não adianta de nada. Só vai pôr a criança ainda mais ansiosa. Foto THOUGHT CATALOG/UNSPLASH Mas, se for daqueles pais que não conseguem evitar a ansiedade, faça um esforço por não demonstrá-la, aconselha Renato Paiva. É meio caminho andado para que a criança se sinta segura e confiante. “E a criança saber o que vai encontrar é uma mais-valia para não ficar stressada!”, continua o pedagogo. Por isso, cabe aos pais tranquilizar os filhos, falando-lhes sobre a mudança “Abordar, mais em concreto, o que vai ser diferente, para preparar a criança para o que vai encontrar , fornecendo estratégias sobre o que fazer em determinadas situações para que não seja apanhada desprevenida”. 3. Não os stressar com exames, testes e trabalhos de casa Já se sabe que não há milagres e que os bons resultados vêm com dedicação e esforço. Para o professor João Lopes, “a melhor forma de diminuir o stress e incerteza face aos testes, é estudar. Com tempo e com método”. Ora, aí está. Estar atento nas aulas, fazer os TPC e estudar para os testes. O aluno deve partir do princípio de que “existe um percurso que não começa nas vésperas dos testes e exames”, sublinha Renato Paiva. O que fazer então? “Promover um estudo atempado e regular, salientar a importância de não acumular dúvidas, organizar-se atempadamente para que nas épocas de testes e exames não tenha trabalho de estudo acumulado para evitar maratonas de estudo”, aconselha Renato Paiva, que ressalva, que se deve “atribuir maior importância ao processo, à atitude e ao empenho do que ao resultado do teste em si”. 4. Conhecer os professores e os amigos dos filhos? Neste ponto os dois especialistas em educação estão de acordo. Mas, para João Lopes, é mais importante conhecer o professor no 1.º ciclo, precisamente por ser um único professor a leccionar as várias disciplinas, “tem influência máxima sobre as crianças”, diz. Pelo que, continua, “será mais importante conhecê-lo, sobretudo para aquilatar da sua competência para ensinar”. Para Renato Paiva, conhecer os professores é uma boa forma de articular estratégias “sempre que necessitamos de um trabalho em equipa”. Para o pedagogo, é importante ir falando com os professores para receber e dar feedback. “Ajuda a não deixar prolongar no tempo situações menos positivas e trocar informações sobre como melhorar todo um sistema em benefício da criança”, aconselha. Não precisa de falar todos os dias e a toda a hora, mas sim, que a comunicação seja regular. Quanto aos amigos dos filhos, é importante conhecê-los para se perceber o tipo de companhias. “Saber que gostos têm, que tipo de influência podem causar”, enumera Renato Paiva. João Lopes acrescenta que este “conhecimento também é mais importante na adolescência, para salvaguardar eventuais situações indesejáveis”. E adverte para o facto de que “os adolescentes problemáticos tendem a procurar adolescentes problemáticos, o que significa que, mais importante do que conhecer os amigos, é perceber qual é o tipo de desenvolvimento do

VI Encontro Nacional de Formadores

Novo desafio se aproxima. A organização do encontro Nacional de Formadores desafiou-me para uma conferência no seu róximo encontro. Um encontro que prima por partilhar boas experiências de formação. Estarei com João Leite numa conferência sobre o “Brincar e o aprender”   Deixo informação sobre o encontro. PAra mais detalhes e inscrições consulte o site https://www.forma-te.com/enf2018.php   O Encontro Nacional de Formadores é um espaço de partilha e de colaboração dos diferentes profissionais da formação provenientes de distintos setores de atividade. É o reconhecimento da importância da formação e da aprendizagem ao longo da vida que nos une num mesmo espaço e num dia tão simbólico como “o Dia Nacional do/a Formador/a” que comemoramos no dia 18 de Novembro (data em que foi publicado o Decreto Regulamentar nº 66/1994, DR nº 267 de 18 de Novembro, que regulamenta pela primeira vez o exercício da atividade de formador). Este ano, o dia 18 de novembro, coincide com um domingo, logo, antecipamos as comemorações para o dia anterior. Tal como nos anos anteriores, existem dois momentos de reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos Formadores, e pelo importante papel no processo de aprendizagem, com a atribuição do Prémio Carreira e do Prémio Formador/a do Ano. O Jogo, Curiosidade e Prazer na Aprendizagem é o tema central deste Encontro. E se a Aprendizagem, por breves momentos que fosse…, se traduzisse num carrossel de excitação, um desafio constante constituído por uma grande diversidade de situações novas e imprevisíveis? E se, por breves momentos que fosse…, pusesse em alerta todos os nossos sentidos e mobilizasse o nosso corpo numa sinfonia química harmoniosa e prazenteiramente inquietante? E se a Aprendizagem, por breves momentos que fosse…, nos tomasse de assalto através da emoção e da curiosidade para nos lançar, vertiginosamente, na busca de respostas, estratégias, raciocínios e iniciativas que, uma vez escolhidos e aplicados nos garantisse o acesso rápido e direto ao resultado das nossas ações, fosse vitória ou derrota, sucesso ou fracasso? E se esta revelação, das vitórias ou derrotas, sucesso ou fracasso… fosse vivida em registo empolgante e, verdadeiro elixir da felicidade…, a única coisa que nos poderia acontecer, para além da diversão, da expetativa e do entusiasmo, seria… APRENDER? Dizem que não existe uma Aprendizagem assim? Claro que existe! É a Aprendizagem que temos durante o JOGO! E é para proporcionar uma animada e estimulante viagem ao mundo do JOGO que organizamos o VI ENCONTRO NACIONAL DE FORMADORES, até porque o JOGO encerra em si uma fórmula mágica que revela uma condição única de virtuosa ligação de reciprocidade entre duas realidades que muitos, e durante tempo a mais, nos fizeram crer tratar-se de áreas completamente antagónicas: –         o brincar e o aprender! OBJETIVOS GERAIS DO ENCONTRO:        isolar, definir e caraterizar os ingredientes distintivos do JOGO;        identificar as estruturas, os fatores, as dinâmicas e os condimentos que fazem do JOGO uma plataforma não ortodoxa de aprendizagens consistentes;        vivenciar abordagens, práticas e experiências – modelo de transferências ótimas do JOGO para as aprendizagens consistentes;        identificar contraexemplos, contrafações e falsificações do JOGO.